terça-feira, 23 de março de 2010

Um estádio que dá asas....


O nosso correspodente tomando sua cerveja gelada e devido paramentado
com o manto sagrado santista.


Por uma questão de respeito, os "bicões" estão de costas, e os verdadeiros
homenageados são mostrados de frente.

A Red Bull Arena, na região metropolitana de New York, passou a ser o estádio mais charmoso e confortável onde eu já estive (ultrapassou La Bombonera na minha lista).

Elegante, imponente e aconchegante, a arena tem a infra que sonhamos: camarotes, restaurantes, espaço nos arredores para estacionamento, eventos e promoções.

No dia 21 de março, na inauguração com o jogo do glorioso Santos Futebol Clube contra o New York Red Bulls, o "serviço" nos restaurantes estava um pouco lento (quer dizer, bastante lento!).
Opção de bebida? Bud, Bud Light e, claro, Red Bull.

Petistos diversos, mas como a festa era meio brasileira, ficamos mesmo no pão de queijo.

Estava divertido ver alguns americanos enrolar a língua pra pedir "pão de queijo Forno de Minas".

A festa acabou comigo. Saí de casa coma camisa do Santos e cheguei com a do
New York Red Bulls.
Acho que eu tomei um "Boa Noite Cinderela"...

Nota dos editores: o resultado jogo é o de menos - New Yor Ted Bulls 3, Santos Futebol Clube 1 -, pois o Santos entrou em campo com o time reserva, só com o Neymar do titular.
O importante é o fato de lá vender cerveja. Aqui a hipocrisia impera e proibem de vender a gelada nos estádios.

Colaboração de Edgard Franco, que mora em Boston, EUA, e é o mais novo correspondente do blog.
Mais um dos muitos espalhados por este mundão cheio de cerveja

sexta-feira, 19 de março de 2010

Glauco




Tão malucos quanto o Geraldão, os dois diretores do blog ficaram meio sem ação com a morte do cartunista Glauco.
Reagimos, levantamos a cabeça e vamos em frente.

Temos a certeza de que Glauco nunca sairá de nosso convívio.

Sua arte o imortalizou.

O cartunista nasceu em Jandaia do Sul, no Paraná. O Américo Vermelho, nosso co-editor, também é da mesma cidade.
Portanto, um município onde os artistas frutificam.
Salve Glauco.

terça-feira, 16 de março de 2010

Gaúcho - o último fotógrafo da Lapa



Prá quem não sabe, este cidadão acima é o Gaúcho. Visto assim, de perfil, com o olhar perdido num horizonte que não está ali, mais parece uma triste figura. Não é, caro leitor, não é. Seu Sérgio, ou apenas Gaúcho, como é conhecido há décadas em todos os bares da Lapa, é uma daquelas personagens únicas da baixa boemia carioca, talvez do mundo inteiro. Dessas que não deixarão substitutos quando se forem.

Gaúcho, caro leitor, é um fotógrafo de botequim. O único a ainda exercer uma profissão que, em outros tempos, já teve dezenas de representantes nos bairros mais boêmios do Rio. Hoje, ele é o último.

Há 38 anos, a vida de Gaúcho é rodar as madrugadas da Lapa, onde mora, oferecendo-se para registrar os momentos de alegria etílica dos frequentadores das melhores e piores casas do bairro. Nos bons tempos, seu instrumento de trabalho era uma Rolleiflex, cujos filmes ele mandava revelar diariamente no seu laboratorista de confiança. Hoje em dia, que não existe mais Rolleiflex, nem laboratoristas de confiança muito menos gente disposta a esperar pela revelação de sua foto, Gaúcho usa uma velha Polaroid azul. Só a vestimenta não mudou: ainda é o mesmo terno escuro de gravata borboleta, cada dia mais surrado pelo uso.

Nos bons tempos, quando as máquinas digitais ainda eram só um delírio de ficção científica, Gaúcho tinha muito serviço. Fazia mais de mil cliques por mês. Entre seus fotografados, passava uma matiz de personalidades tão distintas quanto Madame Satã e Austregésilo de Athaíde. Hoje, os dias andam bicudos. Com a proliferação da fotografia digital, Gaúcho enfrenta uma concorrência imbatível, que limitou seu trabalho a menos de 150 fotos por mês. Trinta e sete por semana. Pouco mais de cinco fotos por dia.

Números parcos, que fazem do fotógrafo um insistente, um sobrevivente. E o já baixo faturamente, ele reconhece, mingua mais a cada ano. Mesmo assim, Gaúcho não desisite. A razão, caro leitor, é simples:

- Não sei fazer mais nada nessa vida - ele diz.

Mas que não se encare a declaração como um bramido de lamento. Pelo contrário: com a ajuda do sorriso franco e modesto, a frase soa como uma profunda, uma tocante, uma genuína declaração de amor pelo ofício.

Gaúcho morreu neste domigo, aos 76 anos, de infarto fulminante. Deixa um filho, dezenas de milhares de registros da história da Lapa e uma grande lacuna na noite da Lapa. Seu corpo será enterrado nesta quarta-feira,dia 17/03, às 10h, no Cemitério do Catumbi.
(Juarez Becoza - do blog "Pé Sujo, de O Globo)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Psiu....


Sexta-feira, pé sujo cheio, Praça são Salvador lotada, mulheres bonitas a desfilarem e este nosso amigo resolve tirar uma sonequinha.

Bar é bom para tudo mesmo, até para uma dormidinha.

E depois tem gente que acha que bar não rima com lar.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Walter Alfaiate e Johnny Alf



Se houver céu, ele está mais alegre. Subiram Walter Alfaiate e Johnny Alf.
As músicas destes, que agora são estrelas no firmamento, encantaram frequentadores de butecos de todos os tipos.
Que os balcões do céu os recebam com um néctar dos deuses.
Walter Alfaite era um grande sambista aqui do Rio.
O nome artístico tinha sua razão de ser. Ele tinha um ateliê de costura em Copacabana.
Várias vezes, em rodas de samba, peguei o cartão de Walter Alafiate, prometendo fazer um terno com ele.
Walter era dos sambistas das antigas, tipo Ataulfo Alves.
Com um vozeirão, entoava samba canção com a precisão com que cortava seus ternos.
Fiquei me devendo mais esta na minha vida, fazer um terno com Walter Alfaiate, "a elegância do samba".
Mas tive a alegria de conhecê-lo e vê-lo cantar em rodas de samba na rua e no teatro.

Falso Amor Sincero
O nosso amor é tão bonito
Ela finje que me ama
E eu finjo que acredito
O nosso falso amor é tão sincero
Isso me faz bem feliz
Ela faz tudo que eu quero
Eu faço tudo que ela diz
Aqueles que amam de verdade
Invejam a nossa felicidade
Por isso é que eu vivo a dizer
O nosso amor é tão bonito
Ela finje que me ama
E eu finjo que acredito


Sobre Johnny Alf, o que dizer? Não o conheci pessoalmente, mas ele sempre me encantou.
O Alfredo José da Silva foi um dos precursores e ficou conhecido como pai da bossa nova.
Tem várias canções muito bonitas em seu repertório.
Dizem que Tom Jobim de tanto admirá-lo, o apelidou de Genialf.
Fica aqui uma das letras mais bonitas da música brasileira, a qual tenho como uma das preferidas:
Eu e a brisa
Ah! se a juventude que esta brisa canta
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor
E ser tão só pra ser um sonho

Dai então quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então pra nós seria
E , depois que a tarde nos trouxesse a lua
Se o amor chegasse eu não resistiria
E a madrugada acalentaria a nossa paz

Fica, oh brisa fica pois talvez quem sabe
O inesperado faça uma surpresa
E traga alguém que queira te escutar
E junto a mim queira ficar

segunda-feira, 1 de março de 2010

O pé sujo de Severino, o parceiro de Chico Buarque


Ele é um dos parceiros mais antigos de Chico Buarque de Holanda. Seu nome? Severino.
Cantor, compositor? Nada disso.

Há 32 anos, o popular Severino faz dobradinha com o grande cantor e compositor brasileiro na sede do time Politheama, fundado por Chico e também conhecido como Centro Recrativo Vinicius de Morais.

Severino mantém um bar (pé sujo bem asseado) dentro da sede do Politheama, composta por dois campos de futebol com gramados irretocáveis, que fazem inveja a muitos estádios de clubes profisisonais.

Mas estamos aqui para falar do Severino. E como ele usa de poucas palavras, também não vamos nos alongar.

O importante é dizer que o pé sujo do Severino sempre foi frequentado por grandes nomes da música nacional - como o próprio fundador do Politheama - e internaconal - como o rei do regaee Bob Marley.

Atores e grandes craques também desfilam por aqueles gramados que já recebeu Pelé, Pagão (grande ídolo do Chico) E Ronaldo Fenômeno, para ficarmos por aqui.
Ah, moradores das redondezas no bairro do Recreio dos Bandeirantes, também frequentam ali como se fosse uma praça pública.
Na verdade, é um local público, pois o portão está sempre aberto e quem é de lá sabe que pode entrar sem cerimônia.
Salve Severino, que você continue atendendo bem por muito e muito tempo a todos neste abençoado balcão.